IULUS
IULUS
Vai, Pássaro Azul,
lembra de retornar sempre aqui,
doce amigo do belcanto bem-te-vi.
Vai, Pássaro Azul,
vai abolir as trevas das imensidões,
canta os tons azuis e
as toadas das terras amadas,
pois na tua ausência o reino do silêncio
não consente qualquer som.
Vai, Pássaro Azul,
filho da flutuante ilha de Ortígia,
ornada de palmeiras e orquídeas.
Lá, pousa sobre as criptas das Virgens Hiperbóreas,
mortas apaixonadas por amor ao
luminoso Príncipe Iulus,
o belo de olhos glaucos.
E no mês délfico Bísio,
canta, Ave Palavra,
da lira e das sete cordas,
canta, Ave Sagrada,
o canto a ti consagrado!
...
e quando estiveres à beira do rochedo branco de Lêucade,
Ave brilhante,
lembra dos meus pesares,
bate em revoada,
contorna belamente as tortuosas enseadas,
e assim,
após longa jornada,
ressurje formosa ao meu alcance
cantando as antigas toadas.
Prof. Dr. Sílvio Medeiros
Campinas, é verão de 2009.