PONTA-CABEÇA
Nos pés rachados,
umas correias presas com arame
às solas que não privilegiavam os calcanhares.
No entrepernas,
um falo encolhido, ainda doído
do fogo da sovela brutal na recém-cavada via urinária.
No bucho,
um punhado de farinha
encharcado no caldo de feijão ralo.
Na cabeça,
merda... e uns olhos crédulos, alheios
a quanta maldade o mundo os faria...