Salvaguardas
Das trincheiras de amor e dor
onde eu constantemente luto
não há salvo-conduto
e sem ter salvaguardas
a desertar eu reluto
mesmo sabendo que me aguardas
e que tardas em aceitar que eu nunca volte!
O destino e a razão
não me dão salvaguardas...
E te imploro que me soltes
pra que voltes à vida
que eu não volto, querida
ao teu colo e ao teu seio!
Não existe outro meio!
Há que ser despedida...
Ou que um lampejo de lucidez
me permita que eu volte
a te ver mais uma vez!
Não, não há salvaguardas
e eu resisto, cansado,
porque a morte ainda tarda
quando — anjo — me guardas
para ser resgatado
e morrer ao teu lado!