The killer on the road

Dor de solidão;

no alazão

cavalgo imóvel.

Sinto a pena

sinto a faca

na ferida que

me abre

sob olhares de ressaca.

Bosques que me aleijam

e castram

os meus sonhos de criança

e o sondar de almas pálidas.

Eis que surge a Feiticeira,

com seu olhar condenador.

Me curvo diante dela;

rola cachoeira, o sangue

de minhas pupilas.

Ó, tal dor estranha!

É sangria,

mas assanha.

Dá em mim,

minh’alma estranha.

De poeta como o cão,

de estradas curvilíneas.

Surge, então,

bem que me afaga.

Extravasa minhas entranhas.

É o álcool libidinoso,

e a fumaça em meus alvéolos.

Ora, Solidão(!);

divinas tetas!

Se não posso ser feliz,

serei triste e hei

de alimentar-vos (amigos) de alegria;

poeta e Palhaço.

Do cigarro que me queima,

sinto medo de faltar.

Mas não me acanho

em tais domínios,

pois em domingos já fui coma.

Sou de quem

não amo.

Quero quem

não me quer.

Bem ou mal,

ou mal-me-quer,

sou divino, transcendente,

como um véu de iceberg.

Qual tempo bom

que já não volta?-

nostalgia ou saudade?

Medo de não cicatrizar,

como no lombo

do boi de espécie.

Se ouvi, não sei se ouvi.

Se avisaste, não sei se senti.

Sei que rancor infantil não existe -

amor cristalizado,

de esperança sem limites.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 18/02/2009
Reeditado em 18/02/2009
Código do texto: T1445826
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