Talvez eu não mais a encontre

Talvez eu não mais a encontre

e seja desta forma o tempo nosso açoite.

Esvaziada a ampulheta tida como minha

e a tua ainda siga respirando outros caminhos.

Quem sabe a partida ou o esvaziar não seja linha

um círculo enredado em nossa forma de avistar os dias.

quem sabe eu queira um recomeço e lançe as mãos para

contar o tempo com o inverso da ampulheta. Areia e silêncio

desenharão o estar de minha mão em teu detido tempo

ou no reter da esperança de alheias vidas que interceptam

o roçar suave da solidão que tenho na carícia que anseias.

Do Livro Instantâneo Enlace

Julio Urrutiaga Almada
Enviado por Julio Urrutiaga Almada em 26/02/2009
Código do texto: T1458676
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