Talvez eu não mais a encontre
Talvez eu não mais a encontre
e seja desta forma o tempo nosso açoite.
Esvaziada a ampulheta tida como minha
e a tua ainda siga respirando outros caminhos.
Quem sabe a partida ou o esvaziar não seja linha
um círculo enredado em nossa forma de avistar os dias.
quem sabe eu queira um recomeço e lançe as mãos para
contar o tempo com o inverso da ampulheta. Areia e silêncio
desenharão o estar de minha mão em teu detido tempo
ou no reter da esperança de alheias vidas que interceptam
o roçar suave da solidão que tenho na carícia que anseias.
Do Livro Instantâneo Enlace