PEDAÇOS
Tenho um modo de me tranqüilizar.
É quando, aflorada alma,
me despedaço pelo espaço de um segundo.
E vou deixando pelo mundo
os traços tortos de meus passos largos.
Tenho deste modo, a minha paz.
Que n’alma vive tão perfeitamente,
mas pr’o mundo é instável:
tetra-inconseqüente.
E, desde que não haja o visgo do medo
tentando colar os meus pedaços,
deixar ao vento correr estes traços,
Que, quanto mais me tranqüiliza,
mais ainda se espalha pelo este segundo de espaço.