SOBERBA

Se for esse teu fim, a pouca sorte!

Quem nos dará uma sorte igual,

Porque nos cabe ao fim do dia,

Sim, um pouco mais que a sorte,

Que múltipla coincidência, a morte!

Mesmo sedenta, lamenta o meio copo,

Uma gota que seja me faria sorrir,

Mas teu destino apressou-se a mentir,

Uma gota cada dia, já basta para mim,

Nem morre seca, mas seca até o fim.

Tenho um amor guardado, tão ignorado,

Quantos amores te gritam? Imploram...

Especialista, teu coração chora o fardo,

Entre tantos, viver sonhando o impossível,

E eu recolho meu olhar enamorado.

Daria tudo o que tenho, até a morte,

Para essa tua tal falta de sorte.

Bastaria lembrar uma vez minha presença,

Seria azar ver teu coração sorrir?

Tua vaidade e soberba não há quem vença.