Pesadelo Real
 
Caio no profundo obscuro
Em que vejo ultimado o final
Lá tudo parece igual
Mas vejo que nada é normal
 
Há seca nos mares de mãos
Que, possivelmente, acalentariam-me
Tem somente no desprezo a escuridão
Que na penumbra a esperança causa asco
 
Vejo que não sou viuvez, apesar da solidão
Os sentimentos me acompanham
Desprezo e vergonha; minha ingratidão
Os seus olhos me miram, olhos de assombração
 
O que será que eu fiz, pra penar assim?
Será que a minha bondade me trouxe maldade?
Ou minha malícia me veio esta tarde?
Será o suplício das minhas ações?
 
Eu penarei pelos meus dias?
Ou vou perceber que é somente um sonho?
O assombro de um pesadelo real
Que me faz sofrer os calafrios na pele
 
Se é um sonho
Um enigma de mau gosto
Da minha reflexão
Quero espertar e...
Não voltar a dormir
Pra não correr o risco de sonhar
 
Mas se não é sonho
Quero mesmo assim acordar
Dessa letargia real
Que na vida emboca
Como uma peça sem graça
 
De qualquer forma
Eu quero despertar!
Abrir os olhos da consciência leviana!
Nesse tempo, nesse instante
Emerson Mattos
Enviado por Emerson Mattos em 05/03/2009
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T1470809
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