Poesia do Perdão

A frieza da qual fui alvo,

hoje gela meu coração.

O apreço que antes tinha,

não senti nem por mim mesmo.

Essas mãos, esses olhos...

dissimulados e indiscretos,

matando a timidez

que neles um dia vi.

Chora, esquálido tesão!

Mire a vida e a visão.

Não há mais

bem que te assole.

Não há mais

porque não ser.

Olho, então.

Respiro e descanso.

Meu tranquilo é

muito exato e

tão sem trema.

Tão vivaz em seu momento;

espelhado no passado,

vivendo um sonho futuro.

Se do sonho acordo,

só me resta a angústia

de viver no remorso

das palavras nãoditas.

Desalmado sou.

Perdoado estou,

pois já sabe da inconstância

daquilo que conhecemos.

Sobre tudo o que perdemos?

Era nada; quase amor.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 11/03/2009
Código do texto: T1480593
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