BEIJA FLOR
Minha terra,
Minha Serra...
O lugar onde eu nasci.
Quando a chuva lá no
Telhado cantarolava,
O sabiá do alto da laranjeira declamava a poesia de alma.
Minha terra,
Minha Serra...
O lugar onde eu nasci...
Corta na carne a lembrança
Daquela cheiro de mato com terra molhada
Misturada ao doce mel dos Taperebás.
Minha terra,
Minha Serra...
Que saudades eu sinto de lá.
Minha terra,
Minha Serra...
Sob a mata esquecida agoniza
Um sopro de vida,
Quando o Trem, em sua viagens, pulsa vida nos trilhos,
Sobre o Rio da Pedra Branca ou do Amapari,
Descendo e subindo Serras continua a escrever a nossa história.
Minha terra,
Minha Serra...
Do Cachaço a Colônia,
Um mundo que eu nunca vi.
Lá na Vila ai que saudades da Dona Didi,
Simplício da simplicidade simples,
Chico Barbeiro, seu Dodô, Urubu na caixa,
Seu Bandeira e o senhor Benedito marreteiro.
Minha terra,
Minha Serra,
Que saudades eu sinto de lá...
Das festas da Mina em dezembro a beira da Pedra Preta,
Da festa do cupuaçu, das brincadeiras de roda no passo triste,
E das fogueiras de são João.
Minha terra,
Minha Serra,
A serração gélida, que descia nas noites de luar,
Embalada pela Bossa nova.
Minha terra,
Minha Serra...
O lugar de minha paixão,
Já não é lembrada com importância por essa nação,
Mas quem depende da terra, tem que ao menos se orgulhar,
Ainda poder ser no seio caloroso do equador a jóia da Amazônia.
Em minhas orações de dor e saudades,
Sinto falta do barulho das máquinas,
Até das explosões, que despedaçavam o peito daquela terra,
Sem dar tempo para as lágrimas, o sangue, o suor e a razão,
Do povo da região, compreender e sentir se valia realmente,
O Progresso de rasgar o corpo deixando morrer o coração.
Minha terra,
Minha Serra...
Que saudades ó Deus eu sinto de lá.