LUCIDEZ
Quantos deuses, quantos deuses, oh, quantos!
Quantos deuses me chamam pro seu campo
Quantos não se digladiam por mim
Quantos vendem, em vão, encanto vil.
Quantos já queixosos me enviam cartas
Quantos me prometem o melhor fim
Quantos deuses me mostram maus caminhos
Quantos me ensinam doidas verdades
Quantos céus me oferecem estes loucos
Quantos me matam a longevidade!
Quanto tempo me tomam estes tais
Quantos me alegam paternidade
Quantos deuses não pedem santa calma!
Quantos a calma me roubam
Quantos de braços cruzados
Quantos me verão cair...
Só assistirão aos vermes
Na missão de me invadir
Quantos vermes, quantos vejo
Quantos... Vermes aos montões
Quantos já me batem palma
Quantos... Famintos cordões
Roer-me-ão corpo e alma.