LUCIDEZ

Quantos deuses, quantos deuses, oh, quantos!

Quantos deuses me chamam pro seu campo

Quantos não se digladiam por mim

Quantos vendem, em vão, encanto vil.

Quantos já queixosos me enviam cartas

Quantos me prometem o melhor fim

Quantos deuses me mostram maus caminhos

Quantos me ensinam doidas verdades

Quantos céus me oferecem estes loucos

Quantos me matam a longevidade!

Quanto tempo me tomam estes tais

Quantos me alegam paternidade

Quantos deuses não pedem santa calma!

Quantos a calma me roubam

Quantos de braços cruzados

Quantos me verão cair...

Só assistirão aos vermes

Na missão de me invadir

Quantos vermes, quantos vejo

Quantos... Vermes aos montões

Quantos já me batem palma

Quantos... Famintos cordões

Roer-me-ão corpo e alma.

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 17/03/2009
Reeditado em 09/04/2009
Código do texto: T1490411
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