O Gigante

Sob o sol,

surge o gigante.

Sua sombra se projeta

no deserto onde se esconde.

É de enorme palidez

polida na força

e sabedoria

da vida que

não aguarda.

A lua lhe

brilha como olhos

de alguém

que não sonha.

A noite é como

um véu do amor.

Seus dias tornam-se

o féu da solidão.

Passa o grande homem heroico

sobre a maldade

e o pranto.

Traz luz e verdade;

cântigos livres

das instituições que não confia.

Mais nos seres,

então, vai

o gigante ama e esquece

de ser ponto e referência.

Rendido está

no que não

se dá em todos.

Raro amor de se sentir.

Certa é dor que tornará.

No abismo,

então, se joga

o gigante no deserto

estático.

Água falta

e sobra fome;

nada diz-se

enquanto a Morte nasce.

Há eclipse

de sei lá o quê.

Da dúvida,

ou apego,

e há eclipse

sei lá quando.

Tapa o sol -

sol de gigante.

Ele cego,

sem sua sombra,

cai de face

nas areias.

Surge então

lá na penumbra

ser tão belo

e demoníaco:

a serpente

que dança o ventre

já traçado

de tanto rastejar-se.

Pica os olhos,

cega os olhos;

o gigante peçonhado.

Morto está

e é pequeno

no pecado

ou desejo.

Sua força não mais há.

Grandioso não mais quer.

Ser de dores

hoje cria-se,

pela peleja treva louca,

na ausência da luz solar.

Ride snake

to the lake.

Ride snake

where there’s

a killer so sad.

efimdepapo

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 17/03/2009
Reeditado em 17/03/2009
Código do texto: T1490983
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