Traços mal traçados

Eu me sentei no vazio da mente

Procurando abrigo.

O medo da solidão batendo em minha porta

E eu sempre escondida, fugia!

Contando as horas do terror

Das noites claras.

Roia as unhas, vomitava o desespero.

Aquela dor que antes havia sumido

Vem mais forte, em nome de Separação!

É tudo maiúsculo, grande, infinito...

Dolorido, feito a vida!

Mas que vida é essa que corta,

Dilacera a alma?

Pra partida não dou apenas adeus.

Antecipo lágrimas, soluços,

Lembranças fingidas.

Caminharei de sorriso torto e aguado,

De olhos maculados,

Corpo torturado,

Na estrada de mágoas que tracei.

Cecília Afonso
Enviado por Cecília Afonso em 17/03/2009
Reeditado em 03/08/2009
Código do texto: T1491954