Adeus, querida!

O que fazer, quando se sabe aonde o coração quer ir, mas as pernas não são capazes de levar- lhe lá? Quando o coração sabe bem o que quer, e exige, e afoga e transborda, e tu não quer ouvi-lo. Quando tu sabes o que tem que fazer pra ser feliz, mas não pode fazer, tem que esperar. Enquanto isso tu sofre com as exigências que apertam o peito, e finge que nada acontece. E nada acontece.

A vida continua, a dança dos pingüins também, as horas perdidas, os poucos momentos de sono, enquanto se espera.

Não significa que a vida seja ruim, ou triste... ou qualquer coisa que se possa supor. A vida só poderia ter outra qualidade, os filhos terem outra realidade. E assim, cumprir o que dentro de mim se torna muito mais que uma simples vontade.

Talvez fugir de algumas coisas que não se pode resolver, talvez achar lá algumas soluções, talvez só saber quando isso acontecer, se um dia acontecer.

A minha queridíssima cidade de São Paulo, tão bela, tão diversificada e injusta, apenas o meu adeus e um muito obrigado.