O FANTASMA

Vi um fantasma, negro como a noite,

Cabelos despenteados, embusteiro,

Carregava consigo um longo açoite,

Parecendo, do averno, mensageiro.

Pedi socorro à minha linda musa

E ela não me escutou, colhendo flores.

Peço ajuda a uma deusa e ela recusa...

Senti as chicotadas já e as dores!

Saí correndo num louco escarcéu,

Muitas vezes caí e levantei

Clamando proteção divina ao céu

E o amparo sempre rápido da lei.

Depois... olhei pra trás e vi: coitado!

- Bater-me com fantasma? Ah! Mas quem há-de? -

Chorava o monstro em lágrimas banhado...

Era o triste fantasma da saudade!