Óleo da solidão

Encontro-me no limite da noite,

Entre o silêncio de minha boca

E o solstício do meu coração.

Esperando a cabeça harmonizar

No peito a dor da saudade.

E a inquietude da paixão.

Embora não seja tão jovem,

Embora o meu corpo cedo

Se renda ao cansaço dos lordes.

A minha alma procura,

Através dos olhos a luz

Que aos meus pecados castigos

Venham trazer redenção.

Bem sei da moça,

Pouco mais,

Que a inspiração de musa.

Só me restando sentir do olhar

O consentimento da razão.

Sobretudo, porque o amor,

Esse amor que posso oferecer

Não se faz em qualquer ocasião.

É preciso juntar horas e horas;

É preciso anos até fomentar a atenção.

Se ficar cultuando qualquer situação,

Se não enlouquecer, hei de na vida

Acabar amando apenas uma ilusão.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 19/03/2009
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