Curitiba em um pequeno tratado poético
Chego das geraes
de muitas minas
até de café e leite
Garimpo é garimpo
Venho buscar outras jóias
diamantes para o meu espírito
poeta
Passo um olhar carinhoso por Curitiba
e em este bairro
onde aporto
Passo dias entre batel e mercês
pedros martins e nacar
e alguns tantos santos
Estas ruas
Estes pequenos jardins
Estas árvores gigantes
Preguiçosas
Estes aparentemente velhos sobrados
Entre simples e arrojadas construções
Entre casas di bel e armazem santo antonio
Vislumbro alguns lares
Homens e pássaros dividem a mesma calçada
Como frios?
Em alguns
Tao vez
A doença humana mais comum
O medo da transitoriedade
existencial
E eu nem sei direito
se é mesmo doença
Doença!
Aqui
Paro um pouco a vidinha
Observo o céu sobre minha cabeça
Um mapa e tanto
Céu acinzentado
Céu azul e nuvens claras
Céu fechado de novo
Chuva
Vento
Sol cálido
Quase tudo ao mesmo temp0
Haverá como não seguir o movimento (!) (?)
se antes somos parte dele (!) (?)
Reverencio
a governança requianina
Cuidar
Preservar
no mínimo, o mínimo!
Verdade não entender direito
ler lugares
ler pessoas
pela ótica do pessimismo
Sempre!
Maquiagem
Leituras maquiadas
Quem
Sujeito ou objeto?
Não será insano?
Não serão estas estranhas leis
de convivência
responsáveis por tão estranhas crises?
Não serão elas
as crises
existenciais?
Estaremos todos
pensando e sentindo
sentindo e pensando
em cifrões?
Bruto!
Sinto uma espécie de movimento poético
Aqui
À flor da pele
Mas poetas comem e dormem
E até enlouquecem também
É certo que as coisas são só coisas
e coisas são construidas por pessoas
Pessoas sensíveis constroem
com beleza
com eficiência
Até o bom humor é bom
É fluido!
Essa terrinha tem jeito
de interior
Quase o cheiro!
Salvo o canal do Rio belém
na rua dos chorões
ainda doente
e o excesso em decibéis
dos pneumáticos
Céus!
Essa cidade beira a perfeição!