FOLHAS DA ESPERANÇA
O tempo em que vivo se é triste,
É também alegre porque nele vivo;
Como contradigo tudo que nele existe,
Nesse outono me encontro passivo,
É agora que junto folhas da esperança
Para algum tempo insólito que viverei,
Pois a qualquer solidão meu grito se lança
Reclamando vida que a goles lentos beberei.
Eu sei que tenho o coração marcado,
Esfoliado com algumas feridas insanas;
Viverei deserto em algum oásis encontrado.
A tristeza que me abate às vezes
São pedras no caminho da alegria,
Que se transformam todos os meses
Onde ponho ternura em minhas poesias.
O que seria das sombras que projeto,
Sem a luz da inteligência e fé que tenho?
Assombro-me, mas tenho amor e afeto,
Ando devagar, mas nunca me detenho.
Walterbrios 24/3/2009