foto/João Parassu
(folha de bananeira)


QUANDO A ALMA SANGRA/ CANTO  & CHÃO
 
        
             
          Quando sangra a alma
        
  é preciso recolher-se ao  próprio deserto
             guardar-se  bem longe na selva sertão
            respirar da  floresta
            da quentura do sal da terra
            aguardar do aguadeiro  das horas as cinzas
            da  resina  têmpera 
           sorver do gole amargo do  leite fel 
           a pústula  do açúcar     da arrebentação 
           da agonia  de se renascer escuridão 
           clarão/mutação novo grão de cada dia
         com sua língua  de verbos  e  colméias

         É preciso colocar folha de bananeira com óleo
          quente sobre a inchação e o veneno
          fazer um escalda-pés de ervas cheiros
          sobre as pedras feridas lavas
           Quando a alma sangra fecham-se
          em mim as portas/e pelas janelas
          s
ó o olor /dor expargem as cinzas e  as verdades dela...


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