Vida
Voraz e violentamente
me volto contra meu tempo
e peço para sorrir,
lembrando de noites claras
de colos cheios de vida
de vida cheirando a dor.
Desejo o branco da lua
na terra do meu caminho
roçando raizes de flores
e rumor de outras lutas
de orações pressentidas
e choros não derramados.
Sorrio, pois tudo serve,
no outro espaço da vida
da vida que nada vale
e, se vale, nada serve
e se serve, como vale
se nada vale ou serve ?