um poema em Maio
um poema em Maio
a noite quente de Maio
tem gente,
que nasceu das papoilas,
dos malmequeres, dos poentes.
Toda a gente tem camisa aberta, t shirt,
sorriso, ritmo, luz, uma brisa que sopra lentamente.
as palavras circulam, derretidas, na roupa, na mão contra a mão,
no afago do passo no passeio.
a lua espraia indolente a luz macia na festa na varanda dos vizinhos
defronte, até às tantas.
Há choupos, urzes, fetos e carvalhos no jardim lúdico da minha mente.
ribeiros, charcos, grilos e lençois brancos da minha memória na piscina.
Tudo diferente do jornal malicioso das notícias, dos concursos electrónicos de televisão, das bielas giratórias dos automóveis, dos irritantes casamentos milionários monárquicos, da estupidez, do hediondo, do rídiculo.
uma ideia na ponta do cigarro, uma letra no dedo mindinho, um trevo no desejo,
...um sono profundo...
um poema em Maio