O véu
Às brumas da manhã
Descortinam os tons do mundo
Do simples véu a beleza pagã
Pelo brilho de um charco profundo
Num espelho que não reflete
A imagem perdida de uma realidade disforme.
Às névoas do dia
Sem saber o que escondem
Se beleza, se tragédia, sob o véu
Luz tênue de desdém
Tremenda perda sombria
Asseverando o tema do réquiem.
Às sombras da noite
Se via, não vejo. Se vejo, não via
Luz e beleza, lendas de um dia
Para além do denso véu
Derrota pretensa, vitória sem luta
Lembrança do ocaso, esperança de uma aurora.