o estertor das pétalas brancas caíndo na relva verde

o estertor das pétalas brancas caíndo na relva verde

Como o silêncio da câmara lenta

Como um violino fingindo um sentimento dolente

como leite derramado sem tempo no vácuo da chávena

como a minha mão na curva da tua anca

como um anjo sorvendo uma oração

e um caleidoscópio de sons inaudíveis para o ouvido

um arco-íris de sonatas de sol

as pétalas brancas caíndo na relva verde

só se sente

não se ouve.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 06/05/2006
Código do texto: T151586