Azaléia
Em toda essa evolução humana,
De todos essas dores,
Dessas horas, se não me engano...
Você, apesar da calamidade, da miséria, da fome nas cidades,
Ainda é a única majestade.
A luz da essencialidade,
Pois que de tanta desumanidade...
Você é a minha própria necessidade.
Doravante os séculos, bem sei, quão foste convalescida,
Ainda és reprimida,
Mas ninguém pode te julgar.
Se hoje sou dessa urbanidade um foragido,
Não posso negar a vereda,
Que indicaste desde nascido.
Devo minha alma a Deus e a minha vida a ti...
O meu choro,
A minha fome,
A minha sede,
Os meus sonhos e o meu amor.
Nesse mundo, embora não tenha pedido para nascer.
Não posso calar ou dizer, que tudo me foi proibido.
Se não és a arte dessa história,
De tal sorte, que não podes ser o meu castigo,
Pois que, nessa vida, aliás, a vida, inicia contigo.