Azaléia

Em toda essa evolução humana,

De todos essas dores,

Dessas horas, se não me engano...

Você, apesar da calamidade, da miséria, da fome nas cidades,

Ainda é a única majestade.

A luz da essencialidade,

Pois que de tanta desumanidade...

Você é a minha própria necessidade.

Doravante os séculos, bem sei, quão foste convalescida,

Ainda és reprimida,

Mas ninguém pode te julgar.

Se hoje sou dessa urbanidade um foragido,

Não posso negar a vereda,

Que indicaste desde nascido.

Devo minha alma a Deus e a minha vida a ti...

O meu choro,

A minha fome,

A minha sede,

Os meus sonhos e o meu amor.

Nesse mundo, embora não tenha pedido para nascer.

Não posso calar ou dizer, que tudo me foi proibido.

Se não és a arte dessa história,

De tal sorte, que não podes ser o meu castigo,

Pois que, nessa vida, aliás, a vida, inicia contigo.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 31/03/2009
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