Máscaras

Não, não é mentira.

Talvez cena, encenação.

Sou eu, quase um tanto.

Bebendo largos goles de que eu deveria ser.

E como se em fotossíntese,

Me alimentando do que ainda hei de ser.

Vomitando tantos sonhos que,

De tanto esperar, passaram do prazo, perderam a validade.

Não, não.

Não sou mentira.

Sou eu mesma, contrariando o coração.

Dosando goles de emoção.

E, em processo de desintoxicação,

Me livro da angústia e da solidão.

Abortando sonhos que já nem sei se são.

Não, não sou eu.

É um rabisco, rascunho, projetos.

Talvez a minha cara,

Talvez o que me encara...

Ou somente é... a razão.