DEUSA DOURADA

Sou um arqueólogo em expedição,

Que parte à procura de um tesouro perdido.

Sinto que se descompassa meu coração,

Quando parto para o desconhecido.

O barco que viajo não é grande, nem pequeno,

Há pela frente muitas milhas à desbravar.

Por sorte, o mar está ameno,

E o vento estão às velas inflar.

Passam-se dias nesta longa viagem,

Consultando o mapa, vejo que se aproxima o nosso destino.

Meu peito vibra de coragem,

Se realiza meu desejo de menino.

O banco ancora perto da ilha,

E com minha equipe parto para que ela seja explorada.

Ela possui construções feitas por um deus à sua filha,

Uma filha que foi muito amada.

Ao adentrarmos na densa floresta,

Um a um da minha equipe desapareceu.

Dela, só a mim resta,

E de uma imponente construção um vulto apareceu.

Era a imagem de uma mulher dourada,

Igual à imagem da filha do deus.

Vestia uma roupa finamente ataviada,

Não cri no que viam os olhos meus.

Seus cabelos dourados e macios caíam-lhe pelos ombros,

Seus olhos verdes me olhavam com curiosidade.

Controlei todos os meus assombros,

Pois, diante de mim, estava a filha do deus, na verdade.

Ela se aproximou de mim lentamente,

E eu nada pude fazer.

Ela me olhava friamente,

Por um tolo mortal ao seu descanso interromper.

Com o poder de sua beleza fiquei hipnotizado,

Com o magnetismo de seu sorriso; enfraquecido.

Eu a olhava vivamente admirado,

E ela me lançava um olhar enfurecido.

Ela ficou bem na minha frente,

E com um leve gesto me jogou ao chão.

Senti a presença dela em minha mente,

Senti o poder dela em meu coração.

Subitamente sinto meu corpo violentamente arder,

E uma forte onda de calor passa a me dominar.

Creio que à minha vida irei perder,

Por ter vindo à tua paz perturbar.

Olho-a bem fundo do brilho do seu olhar,

E lágrimas dos meus olhos começam a escorrer.

Eu começo suavemente a falar,

E as palavras terei que escolher.

“Choro porque quero te pedir perdão,

choro porque não posso te tocar.

És a deusa dourada que habita minha ilusão,

A deusa dourada que há tempos eu estava a procurar.

Sei que não possuo nenhum direito,

Em querer fazer parte de uma pequena parte da tua vida.

Por ti, deusa dourada, tenho o maior respeito,

És a forma feminina que extingue a minha alma ferida.

Diante de ti, ó deusa dourada,

Irei respeitosamente me ajoelhar.

Não, por mim jamais serás insultada,

Só estou à minha admiração a te confessar.”

Os verdes olhos da deusa dourada,

Vagarosamente começam a me analisar.

Espero que a minha triste vida seja poupada,

E a minha vida à ela seria capaz de entregar.

A deusa dourada com sua total sapiência,

Presenteia-me com o sorriso mais deslumbrante que já vi.

Pedi-lhe humildemente perdão pela minha impertinência,

Foi a mais emocionante experiência que já vivi.

Tu bela minha deusa dourada,

Vibrou a minha vida com energia.

A minha tristeza foi findada,

No exato instante que tu luziste em meu nublado dia.

19 / 02 / 2006

POESIA 1720

Perrelli
Enviado por Perrelli em 01/04/2009
Código do texto: T1516425
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