Ventos, gritos e lamúrias

Que ventos são esses

que sopram as más línguas

que criam segredos

e geram discórdias,

transformam calúnias

e engrandecem boatos.

Que gritos são esses

que doem os ouvidos

que perturbam as mentes

gerando demências.

Que choros, lamúrias são essas

que soltam as crias do medo,

confessam segredos e tristezas

e servem nas mesas

os fatais venenos...

* Rio de Janeiro, 06/12/1979

Acho importante datar e postar meus poemas mais antigos para situar no tempo e espaço de minha memória o momento em que foram criados. Às vezes penso que perdi minha veia poética em alguma transfusão amorosa mal feita. A adolescência é a fase mais profícua do ser humano, algumas coisas que escrevo hoje são reminiscências do que não consegui escrever no passado. Apenas pensei.