Coração de ferrugem
O afeto em ferrugem se mostra
No coração dos tristes
As sombras colhem auroras
Uma messe de estrelas ressecadas
Sinto o sono das esfinges
Gestando pudores e enigmas
Para que meu anseio decifre
Os olhos rasos dágua
Imersos em pálpebras incendiadas
Num oceano de mágoas
Ofereço caminhos às pegadas
Marcas digitais
Na argila das estradas
A fraqueza me conforta
Protege-me das lágrimas
Minhas palavras possuem acentos
De tristeza, grafismos de gritos
Recordo uma melancolia
Um outono de cinzas para meu sentir
Para minha sombra tranqüila
Do sonho formam se galáxias
De fantasmas que flamejam
No centro de meu coração...