Coração de ferrugem

O afeto em ferrugem se mostra

No coração dos tristes

As sombras colhem auroras

Uma messe de estrelas ressecadas

Sinto o sono das esfinges

Gestando pudores e enigmas

Para que meu anseio decifre

Os olhos rasos dágua

Imersos em pálpebras incendiadas

Num oceano de mágoas

Ofereço caminhos às pegadas

Marcas digitais

Na argila das estradas

A fraqueza me conforta

Protege-me das lágrimas

Minhas palavras possuem acentos

De tristeza, grafismos de gritos

Recordo uma melancolia

Um outono de cinzas para meu sentir

Para minha sombra tranqüila

Do sonho formam se galáxias

De fantasmas que flamejam

No centro de meu coração...

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 03/04/2009
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