O Rio da Minha Vida

O Rio da Minha Vida

(Sávio Assad)

Sou nascente, em meio a verdejante folhagem.

Desço solitariamente entre rochas edificantes.

E vou crescendo a todo momento mais e mais.

Passo por pastagens umedecendo a terra.

Mato a sede do povo do campo e de lugarejos.

Chego a cidade grande, onde sou desprezado.

A cada minuto me matam um pouco, sem dó.

Engulo restos e sobras de tudo e de todos.

Sem me darem muito atenção, só desprezo.

Alcanço o mar, já sem fôlego e sem forças.

Sou tragado pela correnteza do sal a me queimar.

E desapareço, sem vestígio e sem destino.

Niterói- -RJ - 05/05/2006

Sávio Assad
Enviado por Sávio Assad em 08/05/2006
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