Sarau
Cabisbaixo manteve-se o poeta
quando sua última poesia foi lançada ao vento,
na carona foram-se os sonhos;
mais um sarau encerrava,
mais um cigarro,
outro cigarro;
já na mesa, no velho e nobre cinzeiro
repousava sugadas badanas que a momentos atrás
davam vidas a longas e esguias figuras de fumaça!
Pobre Poeta!
triste poeta!!
a fumaça ao lado dava vida a um nobre imaginável espetáculo
donde fumaças bailarinas formavam um lindo bailado ao ritmo
murmúrico do ambiente,
onde o aroma da cerveja fazia um grande efeito...
O poeta acompanhava esse balet até a janela próxima onde sempre acabava sempre todos os atos.
Ele acreditava no "para sempre".
No sarau ele nunca mais voltará. Amanheceu.