Sarau

Cabisbaixo manteve-se o poeta

quando sua última poesia foi lançada ao vento,

na carona foram-se os sonhos;

mais um sarau encerrava,

mais um cigarro,

outro cigarro;

já na mesa, no velho e nobre cinzeiro

repousava sugadas badanas que a momentos atrás

davam vidas a longas e esguias figuras de fumaça!

Pobre Poeta!

triste poeta!!

a fumaça ao lado dava vida a um nobre imaginável espetáculo

donde fumaças bailarinas formavam um lindo bailado ao ritmo

murmúrico do ambiente,

onde o aroma da cerveja fazia um grande efeito...

O poeta acompanhava esse balet até a janela próxima onde sempre acabava sempre todos os atos.

Ele acreditava no "para sempre".

No sarau ele nunca mais voltará. Amanheceu.

SIRIO
Enviado por SIRIO em 08/05/2006
Reeditado em 24/09/2006
Código do texto: T152624