é preciso
é preciso tantas vezes
restaurar um tempo perdido
que o próprio tempo se encarregou de banir
por vezes a lembrança se esgota
e a saudade reclama...
assim restauro os sonhos vividos
e neles a desfilar: uma estação* amada pelo doce reencontro do amor distante
o abraço da alegria pelo calor dos corpos que juntos novamente estão
o passear silencioso pelas alamedas verdejantes e a contar, também, em intenso diálogo sutil e emudecido, as borboletas amarelas - nossas confidentes...
tudo é poesia e encanto quando se viveu e se vive um amor
o orvalho das madrugadas frias e calientes nos alimenta a alma
o brilho encantador dos pirilampos nas noites, quando o esplendor da lua se recolhe, nos fascina
o afeto deixado pelos gestos e toques suaves...
na face e nos lábios o doce sabor do néctar colhido...
ah! são tantos os sonhos sonhados e vividos!
*(de trem)