Felina

No escuro do que foi

estenda o pé e chute o ar

respire o pó dos morcegos

arranque as teias de aranha

abra a toca das cobaias

deita-se como um inseto

e acorda como fera

num rugido moribundo

grita pelo seu macho

valendo-se da lua cheia

esconda as garras afiadas

ao dar o bote fatal

cobrindo o corpo escolhido

ignorando sua força

faça-se de gata manhosa

para triunfar no prazer