UM DIA DIABO

Janela aberta

Rua deserta

Solidão

Não há que ser

Assim enfadonho

Um dia que começa

Assim medonho

E penso que

No horizonte

Um sol vermelho

Entre esparsas nuvens

Nasce espelho

Espelho meu

Que me prepara

Um apogeu

Às rugas

Da cara

Tão cara

A vida

À vida

Que escorre entre os dedos

E morre

Arfante

Arfante morre...

À tramela

Recolho-me

À existência oca

Sem reagir

À passo largo

Tomo um trago

Mais um

Mais uns

Perco a conta

E me perco

Em pesadelos.