Na Penumbra
Cobres meus ombros com teus braços fortes,
Um arrepio me toma o corpo,
Já não presto atenção ao filme,
Todo meu ser encontra-se em ebulição.
Puxas-me pra ti carinhosamente,
Eu... assim... meio timidamente...
Relaxo em teus braços e aguardo,
O que irás fazer na penumbra
dessa sala de projeção.
Sabiamente depositas um tímido beijo em meu rosto
que se avermelha tamanha é a recepção.
Não consigo controlar o tremor que toma meu corpo,
Transformei-me em adolescente a espera do primeiro beijo.
Envolves-me mais apertadamente,
Mergulhas minha boca em tua boca,
Querendo nos misturar, acontecer,
fazendo-me gostar de ti, perceber-te.
Minhas pernas amolecem,
Minha alma mudou pra tua através de teu beijo,
Já não mais percebemos onde estamos
mas, a penumbra nos agasalha,
Livrando-nos de olhos a nossa volta indesejáveis.
Não sei quanto tempo fiquei em teu coração,
Só sei que voei contigo ao mundo dos apaixonados
não queria mais voltar,
mas, o filme ao terminar
tirou-nos de nossa viagem.
Sandra Wajman Grüner