Sem ter de te matar em mim

Deve haver

uma maneira de te matar em mim

sem eu ter de morrer

Deve surgir

um jeito de explodir o coração

sem implodir o peito arfante

Sem repetir-me em tropeços e quedas

Deve nascer

uma forma de te matar em mim

sem eu ter de morrer

Antes oco e seco

do que esta dor represada

Sem pranto

que seja alívio, desaguamento

Deve existir ou devo inventar

uma maneira de morrer

sem ter de te matar em mim?

De nós dois

seja eu o hospedeiro descartável

Que a viúva negra

me sacrifique após o prazer

Sejas tu a luz no fim do túnel

aos que vêm atrás

sonhando que o amor é doce fogueira

Rossyr Berny
Enviado por Rossyr Berny em 10/05/2006
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