consciencia

Eu não nasci

Entrei num arquivo

E a minha vida

parece ir e vir

Entre estar no nível do mar

E ir a mil e setecentos metros

de profundidade

Dobro-me

E ainda tenho visão dupla

Nausea

Luto contra o seu reflexo

Relaxo o peito

Sinto

Capilares pulmonares

dilatando

Vou indo

Vivendo

Aperto passando

Pareço coragem

Sou medo

O oxigenio é oxidante

Agora eu sei

E tenho medo do mundo

O mundo que antes me parecia infinito

Não passa de uma pequena câmara hermética

E eu estou em seu banco de dados

Tudo bem

se eu não morresse

Tantos dardos

E ainda continuo nalgum compartimento

Trancada a chaves

E tenho ácido nos dedos!

Tenho ácido nos dedos senhores

Por tanto não me dê seus velhos papeis

Posso destruí-los

Mesmo sem querer

Mesmo sem saber

Posso destruí-los!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 15/04/2009
Reeditado em 05/04/2010
Código do texto: T1540446