consciencia
Eu não nasci
Entrei num arquivo
E a minha vida
parece ir e vir
Entre estar no nível do mar
E ir a mil e setecentos metros
de profundidade
Dobro-me
E ainda tenho visão dupla
Nausea
Luto contra o seu reflexo
Relaxo o peito
Sinto
Capilares pulmonares
dilatando
Vou indo
Vivendo
Aperto passando
Pareço coragem
Sou medo
O oxigenio é oxidante
Agora eu sei
E tenho medo do mundo
O mundo que antes me parecia infinito
Não passa de uma pequena câmara hermética
E eu estou em seu banco de dados
Tudo bem
se eu não morresse
Tantos dardos
E ainda continuo nalgum compartimento
Trancada a chaves
E tenho ácido nos dedos!
Tenho ácido nos dedos senhores
Por tanto não me dê seus velhos papeis
Posso destruí-los
Mesmo sem querer
Mesmo sem saber
Posso destruí-los!