Gado de corte

Das veis que espiei seu sorriso

Fiquei matutando comigo,

Que ocê mora num paraíso

Bem longe de dor e perigo.

Ponhei, sem querê, na cabeça

Um monte de história isquisita

Que a gente qué qui aconteça

Pra vida ficá mais bunita.

Pinchei tudo sonho pra fora,

Abri a risada na oreia,

Carcei a vergonha na espora,

Senti minha cara vermeia

E fui como touro no laço

Que pula e alevanta poeira

Pra tê interinha nos braço

A linda boneca faceira.

Cheguei carregando o desejo

De ver essa flor em botão

E eu, véio peão sertanejo

Fiquei perto do gavião.

O gorpe foi duro! Doído!

Podia ter tido outra sorte...

Mas esse querê atrevido

É baia de gado de corte.

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Poesia on line.

16/04/09.

Mote: Poesia caipira.

Proposto por Kate Weiss.

fiore carlos
Enviado por fiore carlos em 16/04/2009
Código do texto: T1541799
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