vegetal

Minha roupa não fui eu quem fez

Nem plantei o algodão

Nunca estive numa plataforma de petróleo

Eu como sal

E não colhi meu café da manhã!

De onde mesmo vem o aço

da navalha

que corta o filé

que moe a carne

junto com a minha!

O copo

tem água que foi da chuva

E eu acabo de chegar de um hospital

De onde muitos não voltaram

Para fazer tantas perguntas

Simples

Parecendo inuteis

Nessa cadeia!

Ainda é tempo de caos

E flores não nascem no asfalto!

Dou-te vasos

Muitos vasos!

Gaiolas às aves

Selvagens

Jaulas para outros animais

Ferozes

Jardins

Hortas

Escolas

Hospícios

Para outros vegetais

como eu!

Suzane Rabelo
Enviado por Suzane Rabelo em 16/04/2009
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T1542434