R0SA VIDA.
No canteiro a rosa vivia
A espera de ser colhida,
Por uma pessoa amiga
E pelo tempo mantida,
Em cor e formas iguais,
Num vaso tão colorido,
De matize tão diversa,
Que não fosse por demais
Diferente do canteiro
Onde sua vida dispersa
Passara um viver inteiro.
Então desejo se fez,
E da forma tão sonhada
Que a rosa pensava ter
A sua sina alcançada,
Não reparou nem que as amigas
Com inveja a admiravam.
A rosa em seu vaso prostrada,
Na sala de uma morada
Vivia os encantos da vida
Que sua beleza ornava,
E no passar da vida curta
Fizera do sonho estranho,
Um fato de tanto encanto,
Numa ocorrência absurda.
Porem,
Seu pólen não foi colhido,
Seu ser por simples descuido
Murchou sem que sua vida
Pelo tempo fosse estendida,
Não deixou sequer lembrança
De uma existência vazia.
(D`Eu)