Eu e o tempo

As palavras se perdem no caminho
Os pensamentos voam sem destino
O tempo passado é dado como perdido
Mas não é assim
Vivi o tempo que passou
Vivo o tempo que passa
Viverei qualquer tempo
Se tiver tempo, o tempo que passará
Eu sou agora o que fiz
Ou o que deixei de fazer
Tenho a opção de ser livre
Se é que cativo fui
Posso mudar ou continuar o mesmo
Permanecer e ser feliz, enfim,
Se não fui
 
As palavras se guardam pelo destino
Os pensamentos voam pelo caminho
Me perco no passado de um tempo perdido
Passado que me convida a não mudar de tempo
Como se a vida fosse mesmo assim
Cativo do que fiz
Ou da culpa de não ter feito
Mas eu me sinto livre
Ainda que tenha sido cativo
Não posso continuar assim
Sou feliz, não importa a adversidade
 
As palavras estarão sempre pelo caminho
Os pensamentos sempre tentam ditar o meu destino
O tempo passa e eu vivo
Não me sinto perdido
O passado não me incomoda
E o futuro foi feito para ser vivido amanhã
Hoje estou pronto para fazer o que preciso e quero
Ou para o que deixei de fazer
Vou juntar o lixo e jogar fora
Manter vazia a minha taça da ira
Lançarei sementes e colherei os frutos da evolução
Serei livre do cárcere da emoção
 
As palavras são minhas companheiras no caminho
Os meus pensamentos são meus conselheiros no destino
Mas eu só confio no Senhor do tempo
Porquanto o meu tempo nunca é perdido
Porque eu escrevo a minha história
Eu mesmo gerencio a minha memória
Guardo o tempo vivido
Vivo o tempo que estou vivendo
Estou pronto para viver o tempo que ainda virá
Assim eu sigo o meu caminho
E sendo feliz enquanto eu tenho tempo
Quando o meu tempo acabar. Tudo bem!
Quero apenas um final feliz

Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.
Ivo Crifar
Enviado por Ivo Crifar em 23/04/2009
Reeditado em 07/11/2010
Código do texto: T1555332
Classificação de conteúdo: seguro