jaz...(muito triste)
no saguão da escadaria do tempo,
jaz um homem...
e na minha lembrança a visão de tudo!
levemente toco seus cabelos,
acaricio-lhe a face.
seblante Divino, tudo como antes...
nada mudou,
nada foi desfeito!
tento junto ao seu peito
ouvir o último sussurro...
em vão!
ali jaz um homem
o homem amado!
como de costume agrego-me ao seu corpo
num desejo fremente de traze-lo à vida...
em vão!
resoluta tomei-lhe a face...
e num insólito desejo toquei-lhe os lábios ainda
cheios de emoção e sôfrego do desejo infindo...
nenhuma lágrima a cair naquele instante...
só a ternura envolvia-me a alma...
ternura, pela leveza de sentimentos que nos unia,
pela cumplicidade e simplicidade que nos
conduzia o amor vivido...
saudade, hoje, é o nome e o sentimento
que me faz viver...
saudade instalada no peito e no coração!
saudade....
*(Laura! primavera de 1800, 1810 precisamente)
*fictício