Sou

Sou a incógnita de mim mesma,

Na trilha da vida, sempre aprendendo,

Descobrindo, revelando, querendo,

Sugar cada vez mais o saber que busco.

Sou a incógnita de mim mesma,

Na pauta ainda virgem sobre o piano,

Hora ou outra, um acorde tocando,

Querendo a melodia encontrar...

Sou a incógnita de mim mesma,

Na tela que pinto outrora e futuro,

Apenas pedaços no retido presente,

No instante que fala e colore por si.

Sou a incógnita de mim mesma,

Remando a favor e contra a maré,

Nas ondas, marolas, quizá tempestades,

Quebrando nas pedras, branca espuma!

Incógnita nascida de um tempo,

Ignoto, que entender eu preciso,

Do amor exaltante e envolvente,

Preenchida até a minúscula célula.

Sou a incógnita de mim mesma,

Que a todo piscar de segundo procura,

Razão e sentimento perdura,

Na sã loucura de eternamente amar!

Nice Aranha