Outra Noite
Outra Noite
Angelo Sansivieri
Corpo nu sobre uma cama fria,
janela aberta e o perfume da rosa,
novo crepúsculo em alarde se anuncia,
outra noite ao lado da poesia.
Anseio agora com todos meus desejos,
com toda sua sensualidade ardente,
sucumbindo a um desejo urgente,
teus cheiros espalhem entre suaves beijos.
Quero teu cheiro em minha tez,
teu suco em meus lábios e boca,
quero te ver e te fazer louca,
fazer-te minha de uma só vez.
Beijar-te por fora, sentir-te por dentro,
deleitar-me com tuas quentes entranhas,
possuir-te de formas estranhas,
envolver-te como faria o vento.
Lamber-te os mais doces recantos,
sorver tua saliva mel,
levar-te aos delírios, estrelas no céu,
arrancar-te os gemidos dos teus cantos.
Deslizar minhas mãos por teu corpo,
entrelaçar-me em teus pêlos.
possuir você com todo o meu zelo,
enlouquecer-te de pouco em pouco.
Dançaríamos um tango por toda noite,
dois corpos aderentes no calor intenso,
loucuras sem travas, excitação sem bom-senso,
não sei onde estou, mas desejo teu açoite.