Revés de felicidade

De repente, lembrei-me de Cosme,

os olhos de Cosme,

olhos negro-tempestade.

Sua imagem me veio tão clara

que, oh Deus!, só podia ser irreal,

como o fim dos sentidos.

Demência, insônia.

Ouvi o som de Cosme a flutuar

em cada canto, cada pensamento,

a clamar com urgência, afinal.

Não haverá mais sentido.

Madrugada, eternidade...

Assim, Cosme se desfez

tal qual fogo que se aventura

a misturar-se com água pura.

Joana Masen
Enviado por Joana Masen em 27/04/2009
Código do texto: T1562603
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