Recanto
Estou a correr de um mundo senil
Que anda em rodas, adoentado.
Bebo o néctar amargo da solidão
Daquela flor que ali ficou.
E ficar, eu vou, tão murcha quanto.
A despedaçar as pétalas quando choro,
Neste vale finito, perdida.
E a doce ilusão que outrora
Abrigava a alma minha,
De tão frágil foi quebrada.
Não há, agora, em minha vida,
Um só recanto que me faça sorrir.