O gato e o poema
Atirei o poema no gato-to
Mas o gato-to
Não me leu;
Meu poema
Desviou-se
Do bichano,
Do bichano
Que correu.
Atirei o poema no gato-to
Mas o gato-to
Era cego;
Meu poema
Acertou-lhe
E matou,
E matou
O gato em cheio.
Atirei o poema no gato-to
Mas o gato-to
Era estrábico;
Meu poema
Confundiu-se
E acertou,
E acertou
O gato errado.
Não atire o poema no gato-to
Pois o gato-to
Nunca lê;
Ele gosta
De balada
E assistir,
E assistir
Muita tevê.
30 de abril de 2009