LEMBRANÇAS ANÍMICAS

Meus olhos Nórticos

Misturam-se aos horizontes,

Às espumas, aos ventos frios,

Ao cheiro do mar

Ponho-me em pé nas praias,

Nos dias nevoentos,

E esqueço o meu corpo,

Como no dia da partida,

E voo tão longe em busca de um quê.

Sei que não procuro a minha alma

Porque ela sou eu,

Contudo, são as marcas da saudade

De quem partiu e de quem ficou

Sem perfume, sem calor,

Que me encolhem de frio.

Qual dos dois era eu?

Não é doce morrer no mar;

O mar engole os ímpetos aventureiros

E nos entrega às trevas abissais

Da nossa alma inconsequente:

Partir, deixar o teu ventre,

Deixar o teu abraço quente

E os suaves sussurros

Dos teus planos murmurados

No aconchego do meu peito...

Oh, viajor!

Que castigo ter os horizontes

Por companheiro dos olhos

E vagar sem rumo pelo mar da alma

Sem achar praia para chegar...

Vago pelos horizontes das almas

Procurando na cor das retinas

Os sinais daquela menina,

Dona de todos os meus ais.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 07/05/2009
Código do texto: T1580401
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