Texturas da Vida de Alguém

Vendo Texturas

Chorei,

E chorei

Outra vez.

E vou chorar

Cada vez.

Queria dizer

Alguma coisa,

Migrei para dentro

De mim mesma.

Busquei ali

Palavras,

Consolos,

Sentimentos.

Mas,

Não sei.

Acho

Que não devo.

A vida

Já fala

Tanta coisa.

E acho

Que não sei

O que dizer.

Desejo,

Que

Se

Desenrole

Da dor.

E mesmo,

Nos 70 anos

De sonhos

Vale a pena

Começar denovo.

Olhar para cima,

Além da montanha,

Além das nuvens

Que a cobrem

A cada manhã

Ao abrir da janela.

Para além

Do vento

Que açoita

A alma

Da terra

E da gente.

Para além

Dos fios

De alta tensão.

Olhe para as flores

Que passam por eles,

Para as flores

Que cobrem

O barro do telhado.

Olhe para as ruas

Cheias de histórias.

Histórias

De mãe e filha

Que falam

Por incógnitas.

Histórias de casais

Na contramão

Da vida.

Histórias

Que perambulam

Pela rua

Entre fadas.

Que esperam

Encontrar,

O labor

Que sustenta.

Histórias,

Que passam

Pelo banco

Da pracinha

Do interior.

Olhe para onde

Os olhos de todos

Não olham.

E siga,

Mesmo

As sinaleiras

Solitárias.

Elas

Com certeza

Levam

Para

Algum lugar.

Onde

A aurora

Da vida

Nasce.

E onde

A alma

Se funde

Com o azul

Da água.

Com o início

E o fim

Do arco-íris.

E com

O recomeço

Da caminhada

De sonhos.

Maria
Enviado por Maria em 18/05/2006
Reeditado em 18/07/2006
Código do texto: T158167