Noturno
Na boca da noite
Esboço um riso
Na face do dia
Fingo uma lágrima
E fujo de mim
Pra dentro de nós
Laços nos cortam
os pulsos
Enquanto o coração
diz que ama
No tempo em que o amor
se Esvai
Sempre que eu posso acordar
Fico deitado ouvindo
Pequenas coisas deste imenso
mundo...
E no silêncio de mim
Penetro surdamente no
eco de tua voz
Meus dedos estão feridos
No inconstante, delinear e fugaz
absurdo
E a metafora cospe-me a cara
A moeda mostra-me o outro lado
Um destino cigano
Pútreo e mortal
Revela-se Diante de mim
Cai em silêncio
Mudo e (i)real
Enquanto fazer um poema
É criar asas
Furtar Cores
Recriar sonhos e medos
Infinitamente meu
Em que as linguas roçam os
mares...
singra os olhares...
Os sonhos viajam pelas mãos do poeta
Este momento nunca fora tão unico para nós
Buscar os versos indecifraveis
é busca a morte
o olhar espelha a alma inquieta
E todas as formas se tornaram
Profundamente indecifravel
e o mistério apresentou-se ávido
E o corpo submerso
Subitamente se cala
porque a palavra nao tem fim
Fez-se o fim
de um tempo profundamente
Meu...