O QUE SOU EU

Não tenho como escrever

O que não tenho vontade

Escrevo então, e apenas

a minha pequena verdade.

Vivo o que vivo

A minha exclusiva realidade

Um sonho que é esquivo

Uma vida que é uma maldade.

Entre o grosso, o fino, e o extenso

Dos meus livros

E o que penso, distingo e critico

Ainda que em silêncio.

E o que espero, não digo, não digo

É muito, e esse mundo é tenso

E o que quero é ínfimo, é íntimo

É pouco, e esse mundo, extenso.